Me sinto triste, estou deprimido?

Escrito por Cérebro e Afeto em 30/11/2017

Muitas vezes na vida passamos por momentos nos quais nos sentimos tristes, desanimados e angustiados.

Nos sentir assim é estar com depressão?

Definitivamente não! Se sentir triste é normal e esperado em determinadas situações e faz parte do nosso dia a dia. A tristeza deve ser vista como um estado temporário e útil. Ela nos ajuda a tomarmos melhores decisões. Normalmente, nessas situações de tristeza sempre observamos melhora no nosso humor conforme os dias vão passando.

Mas o que é depressão então? Quando devo me preocupar?

Os casos de depressão aumentaram quase 20% na última década transformando-se na maior causa de incapacidade no mundo segundo a OMS. Em 2015, o número de pessoas com esta patologia chegou a 322 milhões, 18,45% a mais que em 2005, indicou a Organização.

Por definição, a OMS refere que a depressão é muito mais que um acesso à melancolia. Trata-se de um transtorno psiquiátrico no qual o afetado mostra uma tristeza permanente e uma perda de interesse pelas atividades acompanhadas de incapacidade de realizar tarefas com duração de pelo menos duas semanas.

Depressão, portanto, é um transtorno psíquico caracterizado por humor entristecido e abatido, que dura a maior parte do dia por um tempo mínimo. Manuais diagnósticos estabelecem critérios acerca dos sintomas, tempo de instalação dos mesmos e como eles prejudicam a funcionalidade da pessoa.

No entanto, como disse Andrew Salomon em seu livro O Demônio do Meio Dia: “O diagnóstico de depressão é tão complexo quanto à doença. ‘Estou deprimido?’, como se o resultado pudesse ser obtido através de um exame de sangue. O único modo de descobrir se alguém está deprimido é escutar e observar a si mesmo, examinar seus sentimentos e pensar sobre eles. Se alguém se sente mal sem nenhum motivo durante a maior parte do tempo, está deprimido. Caso se sinta mal a maior parte do tempo com motivo, também está deprimido, embora mudar os motivos passa a ser a melhor maneira de avançar, em vez de simplesmente deixar de lado a circunstância e atacar a depressão. Se ela é incapacitante, então é grave. Se é apenas levemente perturbadora, não é grave.”

De qualquer forma, se você acha que pode estar deprimido ou conhece alguém que possa estar, nada melhor do que conversar com algum profissional da área, como um psiquiatra ou um psicólogo, por exemplo.

Se estou com depressão, o que devo faze então?

Procurar ajuda é sempre o primeiro passo. Psiquiatras e psicólogos podem identificar melhor os sintomas e fazer o encaminhamento mais adequado. O psicólogo pode orientar, iniciar o acompanhamento psicoterapêutico e encaminhar ao psiquiatra para o tratamento medicamentoso se for o caso.

Depressão precisa e deve ser tratada!

Como eu posso ajudar alguém que está deprimido?

O mais importante é assegurar a pessoa que está com depressão que estará sempre ao seu lado, mesmo nas piores fases. Tanto faz a intensidade da depressão e o quão contraditório seja o seu comportamento. Além disso, ajuda garantir que a depressão é uma doença e que é possível trata-la, que ela passa e –mesmo que pareça difícil em alguns momentos – pode ser superada. O decisivo é transmitir segurança e serenidade.

 

Acredito que a dor precisa ser transformada, mas não esquecida; contrariada, não suprimida.”(Andrew Salolon)

 

Referências Bibliográficas:

Hautzinger, M. Como lidar com a depressão – Guia prático para familiares e pacientes que sofrem de depressão. Tradução de Jessica Fernandes Alonso. São Paulo:Hogrefe CETEPP, 2016.

Solomon, A. O demônio do meio-dia: uma anatomia da depressão. Tradução de Myriam Campello. 2a. Edição. São Paulo: Companhia das letras, 2014.

OMS – Organização Mundial da Saúde, 2017.


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