O que é Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)?
O TDAH é o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.
Você já deve ter ouvido falar sobre isso, não? Não é à toa. O TDAH é uma condição muito comum que começa na infância e muitas vezes continua na vida adulta. Afeta cerca de 5% das crianças e, dessas, de 60 a 70% continuam com os sintomas na vida adulta. Ainda muito estigmatizado, o transtorno se manifesta como desatenção, inquietação e impulsividade. É claro que não é sempre que a manifestação destes sintomas significa a presença do transtorno. Porém, quando eles acontecem constantemente, prejudicando o cotidiano, a vida acadêmica, profissional ou social é necessário investigar pois pode ser TDAH.
As causas do TDAH ainda não estão completamente esclarecidas, embora diversos estudos tenham encontrado tendências genéticas e ambientais que podem contribuir para o entendimento do transtorno. Sabe-se também que há um desequilíbrio de substâncias específicas do cérebro, como a dopamina e a noradrenalina. Além disso, recentemente um estudo publicado na JAMA PSYCHIATRY que incluiu pouco mais de 3000 pessoas, revelou que a doença compromete o desenvolvimento de regiões cerebrais importantes, como aquelas responsáveis por emoções, motivação e sistema de recompensa.
Os resultados deste estudo revelaram que estruturas como a amígdala cerebral, acúmbens e hipocampo, responsáveis pela regulação das emoções, motivação e o chamado sistema de recompensa (que modifica nosso comportamento através de recompensas) são menores nos pacientes com TDAH. Quando se levou em conta a idade dos pacientes, observou-se que estas alterações são mais leves em pacientes adultos, o que sugere que existe uma compensação ao menos parcial com o passar dos anos. Esses resultados são a sustentação mais sólida até o momento que o TDAH é um transtorno relacionado ao atraso na maturação de regiões cerebrais reguladoras das emoções, pois essas estruturas estão menos desenvolvidas, principalmente nas crianças.
O TDAH deve ser tratado pois pode trazer consequências nos relacionamentos, na vida social, familiar, acadêmica e profissional.
Entre as principais consequências do TDAH temos o baixo desempenho escolar; as dificuldades de relacionamento; baixa autoestima; interferência no desenvolvimento educacional e social e a predisposição a distúrbios psiquiátricos. Para tratá-lo é indicada uma avaliação diagnóstica aprofundada, que pode incluir o parecer neurológico, psiquiátrico e neuropsicológico e, posteriormente, existem medicamentos e recursos terapêuticos para minimizar os sintomas. Entre os recursos terapêuticos temos a psicoterapia, o aconselhamento cognitivo e a reabilitação neuropsicológica.
Fonte: ABDA-associação brasileira de déficit de atenção
Hoogman et al. Subcortical brain volume differences in participants with attention déficit hyperactivity disorder in children and adults: a cross-sectional mega-analysis, Jama Psychiatry, feb, 2017.
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